Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

LER

Livros. Notícias. Rumores. Apontamentos.

LER hoje nas bancas!

 

Hélia Correia – O meu nome é Lizzie
Adoecer marca o regresso literário da autora de Lillias Fraser. Romance biográfico, nasce da história de amor entre Elizabeth Siddal e Dante Gabriel Rossetti, com a Inglaterra do século XIX e o grupo dos pré-rafaelitas como pano de fundo. Um livro com voo marcado: o voo do destino, do amor e da doença como luz e danação.

Manuel Alegre – O lírico sou eu
É mais um fragmento das memórias que o poeta e político que quer chegar ao Palácio de Belém nunca escreverá: O Miúdo Que Pregava Pregos Numa Tábua, recém-lançado pela Dom Quixote. Em mais de duas horas de conversa, Manuel Alegre não dá cavaco às presidenciais e fala de poesia, da escrita, dos adversários, da maledicência literária (e da outra), do poder e do marialvismo.

Colm Tóibín – O’Brien, Borges e Pessoa
O escritor irlandês, finalista repetente do Booker, que no início do ano venceu o Costa Award com Brooklyn, ensaia para a LER uma trilogia da grande literatura com ressonâncias geográficas, que parte de Dublin, atravessa Lisboa e chega a Buenos Aires. «Tal como os romancistas do século XIX fetichizaram o mundo, Borges, Pessoa e O’Brien fetichizaram o livro.»

Auto-ajuda – Regras para ficção
José Eduardo Agualusa, José Rentes de Carvalho, Rui Cardoso Martins, Inês Pedrosa, Dulce Maria Cardoso, Rui Zink, Valter Hugo Mãe e Miguel Real como nunca os viu: em terapêutica versão de auto-ajuda para combater a crise. Sem espinhas, fraldas ou novelas das oito. E com direito a brinde: um «Manual de Escrita Criativa».

Inéditos – Cartas para Sophia
Quatro cartas e outros tantos bilhetes-postais enviados por Jorge de Sena a Sophia de Mello Breyner Andresen são a mais recente descoberta do espólio à guarda do Centro Nacional de Cultura, e integram a terceira versão (editada pela Guerra & Paz) da correspondência trocada entre os dois escritores ao longo de 20 anos.

E AINDA

Sofá. «Há espaço para que te deites junto a mim», garante Alexandre Andrade, professor da Faculdade de Ciências de Lisboa e um dos bons segredos na literatura portuguesa.

Brasil. Mistérios e mitos de Luiz Ruffato, um autor que se afirmou na última década e não gosta de pirataria. Quem gosta?

Correntes. Ressonâncias do encontro literário da Póvoa do Varzim: um belíssimo texto de Manuel da Silva Ramos, um encontro a quatro e uma dupla de portefólio.

Poesia. Joaquim Manuel Magalhães encurtou a sua obra poética para um livro, um «livro mau, sem sentido», escreve Jorge Reis-Sá.

Pré-publicação. Primeiras páginas dos novos romances de Inês Pedrosa e Mário de Carvalho.

Provedor. Depois da última edição da LER, os criativos da Marvel criaram um novo herói da BD: o Super Valter. Cacha das boas. As coisas que o nosso provedor sabe…

Pode comprar o seu exemplar aqui ou fazer uma assinatura anual.

Como Desenhar um Círculo Perfeito

No início de 2007, estava em pleno processo de escrita da minha segunda longa metragem, uma história sobre a descoberta da sexualidade na adolescência e do amor entre dois irmãos gémeos abandonados pela sua família, fechados numa casa parada no tempo que simbolizava as fronteiras do seu universo, com regras e tempos próprios, diferentes daquelas que os rodeavam, numa espécie de confrontação da natureza com a regra.

Por esses dias navegava na net, sem nenhum propósito concreto, numa pausa da própria escrita, por entre imagens do Youtube, quando descobri um pequeno vídeo de um homem de nome Alexander Overwijk, professor de matemática numa escola secundária nos arredores de Otawa (Canadá), que desenhava círculos perfeitos à mão levantada, com um metro de diâmetro, no quadro de ardósia da sua sala de aula. Era uma imagem de uma beleza extrema, pela simplicidade do gesto que lhe permitia executar aquele círculo absolutamente perfeito com uma enorme facilidade. Uma imagem com um poder metafórico que funcionava como um espelho da relação fechada dos dois irmãos, na história que então escrevia. Senti imediatamente que era uma imagem que pertencia à minha história de amor entre dois irmãos fechados no seu universo perversamente perfeito. [Marco Martins]

 

A segunda longa-metragem de Marco Martins, com argumento original de Gonçalo M. Tavares, estreia a 6 de Maio. A seguir no Facebook.

António Lobo Antunes no Salon du Livre

O autor de Que Cavalos São Aqueles Que Fazem Sombra no Mar? será o único português, entre 30 escritores estrangeiros, presente no Salon du Livre, em Paris — cuja 30ª edição começa hoje e prolonga-se até 31 de Março —, onde tem marcada uma conversa com o francês Jean d' Ormesson. A Dom Quixote acaba de anunicar ainda que António Lobo Antunes «já concluiu o seu mais recente romance», sem título conhecido, com lançamento previsto para Outubro.

Ler Sinais de Fogo

Título do simpósio organizado pelo Casino da Figueira em parceria com o grupo editorial Babel e a Fundação José Saramago, que no sábado (dia 27) leva à Figueira da Foz um conjunto de estudiosos da obra de Jorge de Sena. Conferências, leituras, debates, filmes e uma exposição fotográfica fazem parte de um programa que pode consultar aqui.

Carta de Lobo Antunes a Céline

«Eu dizia-lhe que queria ser escritor, que tinha 15 anos e ele respondeu-me com uma carta de uma imensa ternura: ‘Não tenho fotografia porque não sou actor de cinema. Mas se queres ser escritor vê lá porque depois não podes ir ao cinema, não podes ter namoradas, não podes não sei lá o quê… Porque escrever é uma coisa muito difícil e exige muito tempo, tens que passar a vida agarrado ao livro…’ Tinha toda a razão no que estava a dizer. Eu aos quinze anos sabia lá o que era escrever! Escrevia porcarias como qualquer miúdo, tinha dentro de mim a certeza de que ninguém ia escrever coisas como as que eu havia de escrever e só escrevia merda. E fiquei maravilhado. Lembro-me de ter andado todo o tempo que pude com o envelope daquela carta porque tinha o meu nome escrito pela mão dele. Nunca tinha tido contacto com nenhum escritor e até à saída da ‘Memória de Elefante’ também não conhecia ninguém.»

Artigo completo de Isabel Coutinho a partir daqui.

Coragem & clientelas

«O Ministério da Cultura tem que ter a coragem de aplicar melhor as suas verbas. Tem havido alguma preocupação em satisfazer clientelas. Qualquer entidade nova tem acesso aos concursos, aos apoios às artes, até o cinema. É um espaço permanentemente aberto. E os fundos são o que são, têm estado a crescer mas não estão equiparados ao potencial de novos agentes que entram neste mercado. O MC tem que ter a coragem de subir a fasquia, diminuir o número de apoios e apostar na qualidade. Até hoje não houve ainda vontade de dar esse passo. Eu tenho muita vontade de reflectir sobre isso e eventualmente dar passos nesse sentido.»

Gabriela Canavilhas, ministra da Cultura, entrevista por Alexandra Prado Coelho.

Pág. 1/4