«Saramago não é o maior escritor português da actualidade. Para mim, esse é, de longe, António Lobo Antunes. É um gigante. Teria algum pudor em me encontrar com ele para o conhecer, e, contudo, adoraria conhecê-lo. Ele é um grande e Portugal não lhe deu ainda o devido reconhecimento. Devia ter ganho o Nobel há já algum tempo. Mas não aconteceu. Por causa de Saramago. Deviam ter ganho ambos.»
«O problema do colapso económico pode ter consequências muito boas. Quando as coisas estão mal, muito mal, as pessoas começam a ler com seriedade, a ler melhor, e os jovens a ter fome de algo mais substancial do que a pastilha elástica momentânea da pop. Já foi assim.»
«Precisamos terrivelmente de quem traduza Camões. Falta à nossa cultura europeia o conhecimento do génio de Camões.»
Excertos de uma grande entrevista com um dos mestres do nosso mundo, do nosso tempo, em exclusivo no nº 100 da LER, nas bancas quinta-feira. Imperdível.
A fotografia da autoria de Rui Mateus (Palácio dos Doges, Veneza, 1987) é uma das finalistas do concurso que lançámos aqui há um mês, exactamente. Está tudo na LER nº 100. Quinta-feira nas bancas.
«O conto Estrada 43 [de José Cardoso Pires], por exemplo, dava um filme do caraças. É a história de uns tipos que estão a alcatroar uma estrada no Alentejo. É muito americano, aquilo podia passar-se no Sul dos Estados Unidos, podia ser feita pelo John Ford que fez As Vinhas da Ira, de John Steinbeck.»
«Tive o privilégio de conhecer Saramago, cruzei-me com ele inúmeras vezes, mas não é o maior escritor português da actualidade. Para mim, esse é, de longe, António Lobo Antunes. É um gigante. Teria algum pudor em me encontrar com ele para o conhecer, e, contudo, adoraria conhecê-lo. Ele é um grande e Portugal não lhe deu ainda o devido reconhecimento. Devia ter ganho o Nobel há já algum tempo. Mas não aconteceu. Por causa de Saramago. Deviam ter ganho ambos.»
Revelação de uma grande entrevista com um dos mestres do nosso mundo, do nosso tempo, em exclusivo no nº 100 da LER, nas bancas durante a próxima semana. Imperdível.
O Livro do Sapateiro (D. Quixote) convenceu a maioria do júri constituído por Almeida Faria, Carlos Vaz Marques, Fernando Pinto do Amaral, Patrícia Reis e valter hugo mãe. O prémio tem o valor monetário de 20 mil euros.
«Eu não gosto nada do Fernando Pessoa, acho-o um chato. Aliás, o Fernando Pessoa é um heterónimo de João Gaspar Simões, na minha opinião.» António Lobo Antunes [LER nº2, Primavera de 1988]
O local está finalmente escolhido. O próximo almoço com os leitores da LER será na magnífica Pousada do Porto-Palácio do Freixo, a 16 de Abril (data final, após algumas alterações, a pedido de leitores já inscritos). Depois do êxito do encontro no Bistro 100 Maneiras, em Lisboa, o nosso manifesto mantém-se: conhecer os leitores da LER, cara a cara, um por um, onde melhor se conhecem as pessoas, à mesa, em refeição prolongada. Reclamações, críticas, sugestões, leituras, desabafos – cabe tudo neste almoço, com presença garantida de cronistas, escritores e habituais colaboradores da LER; livros para sortear, revistas para oferecer e uma ou outra surpresa. Tal como em Lisboa, será um encontro genuíno, sem truques na manga, estratégias de marketing, mensagens subliminares ou almoços grátis: por isso, o preço de inscrição mantém-se (30 euros) e, desenganem-se novamente os mais conspirativos, não ganhamos um cêntimo com a iniciativa. Prometemos boa comida e a melhor companhia. E gostávamos muito de ter sala cheia. Os interessados podem ligar para Maria José Pereira (217626115) ou enviar um e-mail para ler@circuloleitores.pt.