Prémios Pen Clube Português
Rita Ferro (Narrativa), Maria Filomena Molder (Ensaio), Fernando Guimarães (Poesia) e Pedro Vieira (Primeira Obra) foram os quatro autores distinguidos.
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Rita Ferro (Narrativa), Maria Filomena Molder (Ensaio), Fernando Guimarães (Poesia) e Pedro Vieira (Primeira Obra) foram os quatro autores distinguidos.
Fotografado na Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa, 19 de outubro.
Quase um ano após o lançamento das páginas «15/25», e da respetiva Volta a Portugal por escolas e bibliotecas, a visita à Escola Secundária Quinta das Flores, em Coimbra, na passada quinta-feira (25 de outubro), é a prova mais recente de um projeto que continua a superar as melhores expectativas. Mais de 300 alunos encheram um magnífico auditório para receber a LER (João Pombeiro, diretor, e José Riço Direitinho, escritor e colaborador da revista). Alguns dos alunos presentes já participaram no «15/25» e outros prometeram participar. Ao completar 25 anos, a LER sente-se muito bem no seu papel – acompanhar e promover os jovens talentos portugueses. E acreditem: 25 de outubro de 2012 foi um dia muito especial.
O prémio foi atribuído, por maioria, ao romance O Lago, um dos cinco finalistas conhecidos há poucas semanas – os outros eram As Luzes de Leonor (Maria Teresa Horta), Tiago Veiga (Mário Cláudio), O Complexo de Sagitário (Nuno Júdice) e Cidade de Ulisses (Teolinda Gersão).
Manuel António Pina, entrevistado por Carlos Vaz Marques (LER 109, janeiro de 2012), para (re)ler aqui.
Sinto-me bem assim. Eu não devia dizer isto: convivo bem com a melancolia. Ainda há dias escrevi uma crónica que se chamava «Lembrança dos amigos mortos». Ocorre-me tantas vezes isso. Agora estão a morrer os meus gatos todos. [...] Mais tarde ou mais cedo – meses, anos – vão todos. Mas também nós. Eu tenho 68 anos:meses, anos e também vou. Tudo morre, não é?
Convive muito coma ideia da morte?
Não. Acho que nunca conseguimos conceber isso perfeitamente. Mas a racionalidade impõe-se-nos.Toda a gente tema ideia da morte.Durante muitos anos é só uma palavra. Depois começam a morrer pessoas próximas de nós e ela de repente ganha um rosto concreto. Estou numa idade em que muitos amigos meus se estão a ir. Os primeiros foram uma surpresa, agora é quase normal. Embora seja uma coisa sempre muito penosa porque nós também somos os nossos amigos. Até já escrevi que a amizade é a forma mais alta e mais desprendida do amor. E a família é também uma forma particular de amizade. Nestes tempos em que tudo se desmorona, é o que sobrevive: a amizade, o amor, a família.
[Manuel António Pina entrevistado por Carlos Vaz Marques, LER nº 109, janeiro de 2012. Fotografia de Pedro Loureiro]
[AOS MEUS LIVROS]
Chamaram-vos tudo, interessantes, pequenos, grandes,
ou apenas se calaram, ou fecharam os longos ouvidos
à vossa inútil voz passada
em sujos espelhos buscando
o rosto e as lágrimas que (eu é que sei!)
me pertenciam, pois era eu quem chorava.
Um bancário calculava
que tínheis curto saldo
de metáforas; e feitas as contas
(porque os tempos iam para contas)
a questão era outra e ainda menos numerosa
(e seguramente, aliás, em prosa).
Agora, passando ainda para sempre,
olhais-me impacientemente;
como poderíamos, vós e eu, escapar
sem de novo o trair, a esse olhar?
Levai-me então pela mão, como nos levam
os filhos pela mão: sem que se apercebam.
Partiram todos, os salões onde ecoavam
ainda há pouco os risos dos convidados
estão vazios; como vós agora, meus livros:
papéis pelo chão, restos, confusos sentidos.
E só nós sabemos
que morremos sozinhos.
(Ao menos escaparemos
à piedade dos vizinhos)
[Poesia, Saudade da Prosa - uma antologia pessoal, Assírio & Alvim, 2011]
Fotografia de Pedro Loureiro
Depois de um fim de tarde perfeito com Eduardo Lourenço, o ciclo «Ler em Voz Alta» prossegue hoje com o arquiteto e urbanista Nuno Portas, às 18h30, no Centro Cultural de Belém (Sala Luís de Freitas Branco). A entrada é livre, mas aconselhamos a inscrição através do e-mail ler@circuloleitores.pt.
Lançámos a pergunta («Qual é a melhor capa destes 25 anos?»), desafiámos os leitores e prometemos anunciar a capa vencedora em outubro. Mas houve um problema, um ótimo problema: os 487 votos recebidos até 17 de setembro (quase exclusivamente por e-mail) destacaram nove capas, entre as mais de cem publicadas até hoje. Como não houve diferenças significativas, avançamos agora com esta shortlist para uma decisão final. E a decisão, como sempre, é dos leitores da LER. Até 19 de outubro, pode votar na sua capa preferida aqui (utilizando a caixa dos comentários), no Facebook da revista ou enviando um e-mail para ler@circuloleitores.pt. A capa vencedora será revelada na edição de novembro da LER.
Amanhã, quarta-feira, dia 10, a partir das 14h30, João Pombeiro, diretor da LER, e Eduardo Coelho, autor da coluna «A Voz do Brasil», publicada mensalmente na revista, vão estar à conversa no Real Gabinete Português de Leitura (Rio de Janeiro). A entrada é livre e o pretexto não podia ser outro: os 25 anos da revista. O encontro servirá também para anunciar a versão digital da LER (disponível a partir de novembro), um passo essencial para ficar ainda mais próxima dos leitores brasileiros. Outros encontros estão marcados, desde logo com Ferreira Gullar, Prémio Camões 2010, e com Cleonice Berardinelli, decana dos estudos portugueses no Brasil. Mas haverá outras surpresas.
Os encontros da LER no Rio de Janeiro têm o apoio da TAP.
Mais informações aqui.
«Em Abril de 2012, José Luís Peixoto foi um espectador privilegiado nas exuberantes comemorações do centenário do nascimento de Kim Il-sung, em Pyongyang, na Coreia do Norte. Também nessa ocasião, participou na viagem mais extensa e longa que o governo norte-coreano autorizou nos últimos anos, tendo passado por todos os pontos simbólicos do país e do regime, mas também por algumas cidades e lugares que não recebiam visitantes estrangeiros há mais de sessenta anos.» Dentro do Segredo, Uma Viagem na Coreia do Norte (Quetzal) chega às livrarias a 16 de novembro.
Eric Hobsbawm entrevistado por Simon Schama, sobre a sua vida e obra. Obituário aqui.
Toda a informação aqui.
O Lago, Ana Teresa Pereira
As Luzes de Leonor, Maria Teresa Horta
Tiago Veiga, Mário Cláudio,
O Complexo de Sagitário, Nuno Júdice
A Cidade de Ulisses, Teolinda Gersão
A escolha final do júri, constituído por José Manuel de Vasconcelos, Luísa Mellid-Franco, Manuel Gusmão, Manuel Simões e Silvina Rodrigues Lopes, será conhecida no final de outubro.